domingo, 17 de setembro de 2017

fragmentada

vivi cada tensão em todo o meu corpo, cada parte de mim pedia socorro quando as letras, uníssonas, não tragavam sequer um mísero som.
era a prisão de sentir aquilo que rodopiava e arrastava e arrasava o que eu havia trilhado pra mim mesma.
me acostumei e fiz das lágrimas minha melhor amiga, do meu travesseiro o consolo, do meu canto, sossego, porque aqui dentro, dentro de mim mesma, no caos que vivi, só havia espaço, um mísero espaço, pra aquilo que eu havia me tornado.
não que aquilo fosse eu. aquilo. não.
mas tornou-se parte de mim que, inevitavelmente, escapoliu e criou raiz.
e, a partir de então, todos os dias, a cada segundo, travo uma guerra comigo mesma. não é fácil ter que lutar contra o que você vê demais, sente demais, pensa demais.
e sabe o pior disso? quase sempre perco.
mas aprendi a viver de fragmentos. do que sou, do que fui, do que quero ser, daquilo que não sou, nem tampouco me tornei. fragmentei-me em pedaços de mim mesma.

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