Esta é a minha última postagem deste ano, deste mês de dezembro. Pensei durante a semana o que eu deixaria aqui, se colocaria algumas citações que me marcaram, ou músicas que me representaram todo o tempo, ou talvez uma declaração para o meu amor ou para um amigo que longe estará próximo ano.
Há uma parte de mim que desconheço, afinal, sou um ser inacabado. Mas há outra que está bem exposta: mas nem todos conseguem enxergar. Sou complicada, de verdade. Escuto isso todas as vezes que vou à loja e não gosto das combinações ou de qualquer sandália que é bonita para todos, menos para mim; ou até quando minha mãe faz alguma comida realmente gostosa e eu nem sequer provo porque achei feio ou porque, sei lá, compliquei. E vai ser assim, por muito tempo. Nasci numa família abençoada, graças a Deus, onde o principal motor é a fé. Nunca tive riquezas, nunca tive luxo. E não quero. Tudo isso faz a pessoa pior, todos sabem disso. Sempre há um lado humano que fala mais alto que a humildade que deveríamos ter. Minha primeira casa? Ah, como era bom morar lá! Ainda era de telha, era comprida, não tanto, mas era, comparada às demais. Era uma vida mansa, ia e voltava de carro da escola, tinha comida, braço, água, mamadeira, qualquer coisa, na hora que quisesse. Nunca nos faltou pão na mesa. E isto é maravilhoso. Passei a frequentar colégio de riquinhos. Por um lado foi bom, tive uma excelente educação, e boa parte devo ao mesmo; por outro, talvez, sei lá, eu pudesse ser mais eu, deixar de lado as diferenças, ou até mesmo a superioridade. A que? Nem eu sei, mas há. Sempre há. Cultivei ótimas amizades, teve este lado bom também.
Enfim, hoje sou o que sou pelo que um dia eu fui, deixando e sem deixar de ser, apenas sendo. Sofri o que nunca imaginei sofrer. Trouxe sorrisos à boca por motivos que valeu por muitos momentos. Aqui estou, um ser inacabado, com fortes dores por ser moldada, mas sorrindo, porque sei que vou ficar belíssima pra Ele quando estiver pronta! Carrego comigo muitos sonhos, dores, amarguras, angústias, tristezas, sorrisos, alegrias, memórias, doces lembranças, boas chuvas, suaves brisas e objetivos a serem alcançados. Não quero nada na pressa, ela é inimiga da perfeição. Também não quero nada totalmente perfeito, só quero que seja bom, que me faça feliz, que antes de tudo, que valha a pena.
Não falei de nada que mencionei no início. Proposital? Quiçá. De alguma maneira queria que conhecesse um pouco do que me conheço, para ir ao desconhecido. Conhecer para poder amar. Amar sem temer. Respeitar. Viver. Superar. Sorrir. Cair. Levantar. Erguer os braços e o coração para louvar.
Meu ano foi bom. Foi do jeito que tinha que ser. Minha meta para o próximo? Deixa estar, o que vier é lucro, e o que sair ainda mais. A gente dá um jeito. Empurra com a barrigada, tropeça, mas levanta. É assim o ciclo da vida, e alguns se permitem ser marionetes dela.
Um abraço enorme para você que perde seu tempo lendo tudo o que posto, sou grata por às vezes também perder meu tempo aqui. Mas é o tempo perdido mais valioso que eu tenho. E é por isso que deixo esse carinho aqui, bem grande. Fique com Deus!