quinta-feira, 4 de setembro de 2014

A segunda vez que te amei

É um descaso não falar de amor. Falamos de violência, de vestibulares, trabalhos e da vizinha que se mudou. Mas, na hora de falar do amor a gente vacila. Vacila porque não provou e se não provou, não sabe o gosto. E, se não sabe o gosto, não compreende o que de fato é; se ganha ou se perde. Mas o pior de tudo mesmo é quando banaliza. "Ah, aquele tal de amor, já não o suporto mais" o ser humanizado é tão pobre que nem mesmo consegue reconhecer uma realeza. E, mais do que isto, experimentá-la. O amor não é a pessoa, mas o que se vive. Talvez amor ultrapasse o limite de um sentimento, todavia não consigo encontrar algo que o classifique. Quando numa aula de português falávamos sobre o amor, bati o pé: o amor tem definição sim. O amor é a delícia do novo; o amor é a dor da partida; o amor é a paciência nos defeitos do outros; o amor é a bondade plena; o amor é a sensação (não somente) de estar nas nuvens; o amor é a poesia que penetra; o amor é (...); e digam-me que não há definições, tantas que cansaríamos de falar. Por favor, procure amar imediatamente. Fui amada antes mesmo de amar. Amei antes mesmo de saber se valeria a pena. E quando não se vale a pena?! O amor é tão neutro e, ao mesmo tempo, precioso, que nosso coração é capaz de se perder nas nossas próprias limitações. Amei um rapaz, de forma inigualável, mas não foi recíproca. Amei somente suas qualidades. E até esqueci de me amar. A minha imaturidade não me permitiu ver os detalhes do amor. E, na minha frustante tentativa de amar, frustei outros corações. Veja bem: o amor não me machucou, nem machucou o outro; o amor não me frustou; eu e minhas escolhas o fizeram. Possa ser que eu deveria ter parado, mas preferi continuar. Sempre soube, espero que saiba também, que o amor - quanto romance, paixão - bate à porta na hora certa. Foi assim que eu amei pela segunda vez o mesmo rapaz. Foram tantos casos e acasos, vírgulas e pontos continuativos que pensei não dar certo, se não fosse somente por um detalhe: o amor. Ah, o amor! Vivi momentos simples, como qualquer garota apaixonada. Fiz da minha memória um lugar agradável de se visitar. Fiz da minha lembrança um ambiente bonito para se passear. Hoje já não o amei, mas o amo. E, graças ao amor, tenho a certeza que por longos dias o amarei. Ame sem limites, mas com cuidado; não com o amor, mas com você, seu coração e as facilidades de ser ferido. 

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