sexta-feira, 25 de outubro de 2013 0 comentários

A Contadora de Histórias

CAPÍTULO 1

Era a primeira semana de aula, mais precisamente o quarto dia de aula. Eu
estava sentada num daqueles bancos da arquibancada assistindo ao treino
dos meninos. As minhas amigas tinham acabado de ir embora e eu fiquei,
seria bom um tempo sozinha, afinal, sempre estávamos juntas. Desde
pequenas somos chamadas “As três mosqueteiras”. Eu realmente as amo.
Estava até lembrando como nos conhecemos. Estudamos juntas desde a
primeira série, vulgo segundo ano, e não éramos tão unidas. Como toda
escola, tínhamos nossa patotinha. Julie, a morena dos olhos verdes – sim,
isto é incrível –, sempre esteve comigo. Só a Therri que era do contra. Mas
no final, nos ajeitamos e formamos um só coração: as três mosqueteiras.

Voltando à minha realidade de estar sozinha na arquibancada e, em minha
direção, estar vindo um deus grego galego de olhos azuis, musculoso e
atleta, isso parecia mais um sonho. Meu coração subitamente começou
a acelerar ao perceber a sua presença. Além de bonito, era educado.

- Posso sentar com você?

- Claro, fique à vontade. – disse-lhe, mas, claro, gaguejando.

- Nunca te vi por aqui. É caloura?

- Sim, sou.

- Ah, sim. Qual o seu curso? Se me permite saber.

- Estou no primeiro período de engenharia civil. E você?

- Interessante. Deve gostar de contas e ser inteligente. Estou no sexto
período de direito.

O papo desenrolou, o tempo passou que nem percebemos. Os outros
atletas estavam indo ao vestiário, e ele teve que ir junto. Malditos. Disseme
que nos veríamos mais tarde, espero que ele cumpra. Não sou pra
qualquer um, ele vai ter que ralar pra me ter. Mas claro, há considerações
do tipo: você é linda; vou derreter. Depois de papos, voltei para casa, tinha
que meter a cara nos livros. Engenharia é um dos cursos em alta por aqui,
cidade crescendo é sinal de que necessita de muitas construções e
inovações. As pessoas vêem como as pessoas mais loucas, depois dos que
fazem licenciatura em Física, claro. Eles sim são loucos. Mexemos com tudo,
de geometria à instalação hidráulica de uma casa. Aproveito para fazer
minha propaganda, sou barateira.
quinta-feira, 10 de outubro de 2013 0 comentários

Recomeço do fim

Eu conseguia sentir a saudade em seu olhar, o brilho de alguma lembrança que a fazia bem, mas que não passava de um passado. Doía pensar que o coração dela se feria e que o culpado era eu. Não queria esta dor pra mim, imagina para uma menina tão doce, tão meiga, tão serena. Sim, ela é linda! Linda como eu nunca pude imaginar. Não pra mim.


- Em determinada época do ano, tudo fica gelado. Tudo se esfria. Antes tinham flores, depois frutos. Mas parece que nosso relacionamento esfriou. Esfriou de uma forma que eu nunca imaginaria. - Dizia-me, e aquilo soava como uma espada a transpassar minha alma - Eu só queria poder entender.

- Talvez eu saiba onde você quer chegar. Mas eu não quero que cheguemos ao fim. Eu também sinto sua falta, sabia? Sinto falta dos seus dedos entre meus cabelos, fazendo cafuné. Sinto falta do seu abraço carinho. Sinto falta do seu amor...

- Sei que também é culpa minha, culpa nossa. Mas se chegamos até aqui é porque não dá mais certo o nosso futuro. Não juntos.

- Deixa pra lá. Não quero imaginar eu sem você, ou sem nós. Isso de tempo não adianta, não pra gente. Sentimos saudades um do outro, e eu a enxergo em você. Dê apenas uma chance pra gente.

- Mas...

As palavras se perderam no ar. Continuei a olhar nos seus olhos, de alguma forma eu sempre conseguia ver a verdade através dele. Toquei-lhe as mãos e as acariciei, olhando-as. Voltei meu olhar pra ela, mas estava com a cabeça baixa e eu a vi chorar. Levantei seu queixo com uma das mãos, limpei a lágrima que transcorria e acariciei seu rosto. Havia saudade de um amor tão forte e verdadeiro. Nos desgastamos, não o amor, mas nós. Eu a queria de novo em meus braços, queria seu cheiro, seu beijo. 

- Você é o que sempre faltou em mim. - disse-lhe com lágrimas caindo.

A trouxe para perto de mim, abracei-a e depositei nela todo o amor e saudade que tinha. Retirei dela toda tristeza do seu coração. E a amei. Naquele instante. E para sempre.

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