quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013 0 comentários

Ela



Ouvi passos, mais que passos, ouvi sons de sonhos pisoteados, de expectativas frustradas, de amores errados, de sentimentos impuros.  Ploc, ploc, ploc! – ouvia o som do seu enorme salto. A agulha deixava-a alta, alta o suficiente para ficar de queixo erguido para a sociedade. Esta agulha não a machucava? Este orgulho não a feria? Este ódio não a alfinetava? Ora, por que toda impureza a fazia tão bem? Não, ela não estava bem. Era apenas uma máscara, um corpo e um salto que a deixava bela para quem a enxergava apenas por fora.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013 0 comentários

Tua.



Estava radiante como o sol, vislumbrante como a luz das estrelas. Sorriso indecifrável. Melancolia que atinge, embala, aquece. Raios que tocavam no mais íntimo do meu ser. Ora, por quê? – dizia em silêncio, afundada em meus próprios pensamentos. Ou seriam sentimentos? Droga! – hesitei. É incrível, surpreendente e, ao mesmo tempo, assustador o seu modo de envolver. Tão lindo quanto à lua em seu modo mais brilhante e cheio. Tão lindo quanto às luzes do maior espetáculo da Terra. Vem, és minha! – dizia-me. Não podia acreditar. Parei, respirei, senti todos os meus pensamentos de uma triste solidão voltar. Quem deu permissão?  Elas corriam no meu rosto sem autorização. Para onde elas iam? Embora. Não importava mais. Aquele som, o chamado, as doces palavras ecoavam em meu ouvido... “Vem, és minha!”. Não pude me conter. Vou, sou tua! – Gritei com amor.


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Mundos nas prateleiras




É que a preguiça tomou conta de muitas mentes por aí. O único barulho nítido que ressoava eram os ticks do relógio. Tic tac, tic tac, sem parar. Folhas passeavam por mentes brilhantes, a concentração de tentar participar de outro mundo em que escolhiam ser quem era. Trinta reais! – disse-me o caixa. Dei-lhe o necessário. Mas ora, será que a experiência de viver em outro mundo valia tão pouco? É refúgio para alma. Pensamentos soltos, leves, dançando conforme o vento. Voltei a encarar os diversos mundos que estavam enfileirados nas prateleiras. Vilão ou mocinho? Bruxa ou fada? Amor ou ódio? Puft! – mergulhei. Era a hora de descobrir qual mundo eu pertenceria.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013 0 comentários

Leva-me!




 Eu vou. E há pessoas que ainda ousam me impedir. Ai de ti! – disse-me o porteiro. Sento-me à espera de algo que possa me levar para longe dali, qualquer coisa, uma folha que cai da árvore ou um pássaro a cantarolar. Leva-me! – berrei. E no segundo depois, desfaleci. De ódio, de dor, de tristeza, de tudo que trago comigo. Morreu, no simples, no pouco. Levou para si, como pedi.

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